"A leitura do mundo precede a leitura da palavra." Paulo Freire

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porque "não basta saber ler que 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho". Paulo Freire






quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Antes de mais nada, não se trata de pessimismo. É só mais uma forma de ver a situação.Não tenho a pretensão de convencer ninguém. Quero apenas provocar. Como diz Cury"... não me curvaria diante de nenhuma autoridade política:..mas me curvaria diante de todos... e alunos do mundo. São eles que podem mudar o teatro social. São atores insubstituíveis..."

                                                        Não sei....

“Grande pátria desimportante. Em nenhum instante eu vou te trair (Não vou te trair)” dizia Cazuza em sua música. Já, na paródia da canção do exílio, temos um outro parecer sobre nossa “Pátria Amada”, “Minha terra tem políticos que, em tempos de campanha, compram muitos eleitores usando conhecidas artimanhas. Aqui se compra tudo com a melhor intenção. Compra-se até deputado para garantir eleição”. Infelizmente, é constante essa necessidade de se buscar a redução das desigualdades e a justa utilização das verbas públicas. Reduzir a burocracia, a corrupção e o desperdício são processos fundamentais para o combate à pobreza e à violência no Brasil. Nesse contexto, não é difícil perceber que se vive em um período único na história da humanidade. Estamos vivendo em uma época de muitas carências de sonhos, conhecimento, dignidade, honra e sinceridade. A sociedade é dominada por razões que visam ao benefício próprio e a um jogo desenfreado pelo poder político, social, econômico e religioso.
 No entanto, nesse outro trecho da primeira Canção do Exílio, é facilmente notada a vontade de estar em seu país. “Não permita Deus que eu morra, sem que volte para lá: Sem que desfrute dos primores que não encontro por cá: Sem qu’inda aviste as palmeiras: Onde canta o sabiá”.  Para construir nosso país da forma que queremos é preciso trabalhar com suas motivações interiores iguais as que estão expostas na Canção do Exílio tão saudosa que enfatiza uma saudade da terra amada. Para que se tenha consciência de que o país é nosso, não podemos deixá-lo a mercê de meia dúzia de pessoas que se dizem nossos representantes, na época em que lhes convêm. Na verdade, nós brasileiros não estamos cuidamos bem de nossa morada. A banda Ultraje a Rigor comprova isso em sua música quando afirma que “A gente não sabemos escolher presidente... Tem gringo pensando que nóis é indigente...”.
Na história política do país, o valor econômico jamais teve tanta força em nossa sociedade. É verdade que, em nosso meio social, sabemos que tudo tem um preço, mas, infelizmente, não damos valor à quase nada. Busca-se incansavelmente um conforto material, e não se alcança mesmo assim a felicidade. Existe um vazio muito grande em nosso peito que faz com que queiramos nos distanciar de tudo, deixarmos para alguém fazer, alguém que ainda acredite que é possível a mudança. São muitas as mazelas. Jovens envolvidos com drogas, a violência nunca teve números tão alarmantes, principalmente nas grandes cidades, fome em todos os cantos do país, desemprego, problemas com a saúde, falta de escola para o grande número de crianças que ficam nos sinais de trânsito pedindo esmolas, enfim, faltaria espaço nesta página para enumerá-las.
Assim sendo, nós brasileiros vivemos, há pouco, que poderá decidir o rumo de nosso país. Nesse momento, somos muito importantes para o país, talvez tão importantes como eram os índios quando os europeus chegaram aqui e começaram a “socializá-los”. Disseram-lhes que ser civilizado era viver na cidade, sem cara, descaracterizado; era perder a noção das origens, das tradições. Não ser civilizado era viver de uma maneira simples, ser tranquilo; era conservar os costumes originais e um grande respeito pela natureza. Chega ser irrisório, mas é verdade. Iludem a população com promessas falsas, e depois fazem como fizeram com os índios deixam-nos nas ruas e até ateiam fogo para ver o “espetáculo” da desgraça alheia. Faço agora minhas palavras as de Vinícius de Moraes quando diz que “se me perguntarem o que é a minha pátria, direi: não sei. De fato, não sei”.





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